sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

o Futuro do Futuro. Com o coração ainda no peito..


 Janeiro.. Frio como a pedra do rio..  A bela da frente fria de ar polar que nos está a atacar agora a  meados deste mês põe me os dedos gelados enquanto teclo e tacteio os meus próprios  lábios como sempre  faço para alcançar uma melhor concentração.  Lá fora , já escuro como breu  por ser já quase meia noite de um Inverno rigoroso, “à antiga”. Sento-me frente ao meu lap top cor de rosa, toda eu inspiração e renovação, toda eu  tentativa estranha mas sincera de sorrisos, pronta e disposta a escrever acerca do Ano Novo que agora entrou. Tento reunir memórias do ano velho, jurar em sussurro novas resoluções: 
Quero ser feliz, boazinha, saudável entre dietas e exercícios físicos e espirituais. Vou ajudar quem merece e ignorar o que me faz mal de forma a conseguir seguir em frente sempre com um sorriso. Irei juntar dinheiro para conseguir colocar em prática os meus sonhos e fazer arrumações na casa da Linha, arranjar o quintal e transformá-lo em jardim e arrecadar  tudo direitinho e livre de sujeiras no sótão da minha cabeça. Apostar forte na minha carreira, ser afortunada no Amor, dar uma vida divertida e reacheada de bons momentos ao meu filhote menino e….. e….. a minha crónica chegaria assim ao fim, toda atabalhoada de palavras politica e sentimentalmente correctas e decisões todas pipis, as que todos, com uma percentagem   de maior ou menor  altruísmo, aspiramos nestes primeiros dias do ano ou pelo menos, enquanto vestimos a bela da cueca azul bébé a convocar a Boa Sorte.
Por isso ao tentar ser original e especulativa, que é bem mais giro e singular, proponho aqui o exercício mental de tentar saltar uns anos e em vez de pensar nos inícios de Janeiro como marco de transformação , abordar os anos vindouros como uma agenda em aberto cheia de sublinhados, sugestões, adivinhações e vontades .
Por exemplo, saltemos 5 , 10 ou até 15 anos. A que tendências nos andaremos a submeter? “O que raio ainda há para inventar?” ( uma das minhas frases ícone preferida dos nossos avós ). Tento imaginar o som com o qual iremos dançar ou até os ídolos que iremos respeitar. Sujeito a imaginação à existência do TGV, aos casamentos homossexuais ( ui que festões que vêm aí ), ao aeroporto na margem Sul, às mudanças no paradigma das energias. Na minha área… mais “dj’s” que público dançante, mais “actores” do que assistência, mais “ modelos” que gente feia: “porque todos têm uma beleza particular” .
Imagino me a mim  já com uns pezitos de galinha, traquinas de expressão, mas finalmente tranquila de certezas .A produzir música electrónica misturada com sonoridades portuguesas e a fazer dela o meu cartão de visita. Directamente do meu estúdio entre o Azul e o Verde. No meio de um silêncio cortado Só quando eu quiser. Longe do rebuliço a que me habituei durante tantos anos a fio. Esse só existirá na minha cabeça, quando o som borbulhar no meio dos phones ou quando as gargalhadas dos amigos rasgarem a imaginação. Enquanto me dedico à horta de ervas aromáticas, à palavras escritas e sonhadas do meu blog em crescimento vou cozinhando o futuro com muita melodia à mistura, e sorrindo ao pensar nos ensinamentos do passado. Uns choros e risadas de crianças  fundidos com o glamour do salto agulha no dia de festa ( que será cada vez mais pontual) e as palavras mais certas que nunca a fluírem para o papel como eu sempre desejei. 
A paz possível... Mantendo o coração no sítio, sem ter que trazer a frieza ao lume da vida para me tornar vencedora. É o que tantos fazem. Deixar de sentir. Para não sofrer, para não ver, para fugir a si mesmos, para ser o que outros querem, para passar por cima sem sentir remorso ou desconsideração. O coração no sítio, quero mantê-lo. Sem ser arrancado aos sonhos e desejos de mim mesma.Coração sem ser peso. Encontrar nele o tranquilo embalar do meu ser interior... E o resto é o que os outros verão. E escolherão dizer de mim... Que o seja...
No meio de tudo isto, o que quero então para o inicio deste próximo ano? Pensando e repensando questões, só me apraz exigir do Mundo e de mim mesma ,a compreensão necessária para abraçar o que vier, porque basicamente, irá ser essa a realidade que me fará chegar onde quero. Conseguir sobreviver aos que, me afectam por fora tentando chegar cá dentro... Lutar para que um dia não precise mais de fazê-lo. Limpar a cabeça e o alimentar bem o coração, o tal que não pode mirrar apesar de os problemas o quererem roubar aos bocadinhos ... sentindo  que faço e dou o meu melhor em tudo, mesmo que os outros não o percebam. 


E mesmo que por caminhos nunca pensados, alguns esburacados e sombrios e outros tantos por onde me vou perder… caminhar sempre no meio dos medos que se tornam ensinamentos...até me encontrar de novo. 


Encontremo-nos nós por aí nos caminhos desse ano mítico. 2012. O ano das renovações e mudanças...

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